Por que eu decidi dar certo? Minha jornada de recomeço na Austrália
Fora isso tudo, ainda tem os julgamentos dos outros, porque não é fácil ouvir. Como assim você largou a advocacia pra limpar banheiro privada do outro lado do mundo? Gente teve de tudo, ouvi de tudo. Eu estava no meio do furacão de emoções quando a minha amiga virou pra mim e disse, Lu, você conhece a técnica 55 por 5? Você escreve 55 vezes durante 5 dias, eu quero o meu visto permanente.
Luisa:Tipo mantra sabe? Ela disse que ajudava a chamar a atenção do universo. E eu pensei, ah quer saber a mesma coisa? Fodase, eu vou tentar, naquele ponto eu estava fazendo qualquer coisa que me garantisse o visto permanente. E olha, que até escrever carta pro primeiroministro, dizendo que eu estava passando fome, tudo bem, exagerei pouquinho.
Luisa:Mas eu fiz, o que seria escrever 55 vezes, por 5 dias, eu quero o meu visto permanente, né? Ah. Eu estava exausta, na verdade. Eu estava cansada de esperar, cansada de tentar, cansada de não saber o que ia ser da minha vida. Eu cheguei aqui na Austrália em maio de 2018, estudei inglês, trabalhei em tudo quanto é coisa que eu nunca imaginei fazer na minha vida.
Luisa:Construir minha família, me tornei mãe, mudei de cidade e, passei por 1000 perrengues. E ainda assim, seguia esperando a bendita bênção australiana, que dizia pronto você pode ficar. E o mais curioso disso tudo, é que vir pra Austrália não foi nem ideia minha, foi do meu marido, o Cléber. Espera aí. Abre abre parênteses aqui, porque na verdade eu chamo ele de ki, e é assim que você vai ouvilo chamar aqui tá?
Luisa:A gente morava no Rio, a gente estava casada há uns 2 anos, eu era advogada, estava bem empregada numa empresa com 1 vida estável. Não era 1 coisa super empolgante até porque eu nunca gostei de advocacia, mas eu estava segura. Aquela vidinha certa sabe tipo, eu me formei, arrumei emprego, me casei, comecei a financiar minha, meu apartamento na planta. Roteiro da vida perfeita na versão brasileira. O que mais eu ia poder querer?
Luisa:Tinha mais nada. Porém, o Kibe naquela época, ele era, ele já tinha se formado na arquitetura, porém ele não estava empregado, ele tinha, se formado mas não estava conseguindo emprego na área. Ele estava trabalhando como Uber. Isso acabou levando ele a 1 depressão. Dá 1 pausa aqui porque foi 1 fase bem intensa da nossa vida.
Luisa:Ele sempre sonhava morar fora. E no meio daquela fase, ele começou a ver a imigração como 1 saída. Gente foi a fase mais tensa, porque ele queria me convencer, e eu não estava eu estava bem resistente a isso. Pra mim, era muito difícil eu largar tudo que eu achava que era seguro, pra tentar a vida aqui fora. Mas eu não sabia, que no dia que a gente saiu da agência de intercâmbio, com as cotações na mão, minha vida ia mudar completamente.
Luisa:Eu não estava só mudando de país, eu estava com 1 dançando processo de mudança pra mim, por dentro. Eu estava indo atrás do sonho dele, mas no fundo eu estava indo atrás de mim mesma. Estava parando pra pensar, outro dia, o que viajou essas folhas? Ai gente, vocês não têm noção. Ele achou essas folhas com esses com os meu meu pedido.
Luisa:Eu quero meu visto permanente, eu quero meu visto permanente. E aí quando ele me perguntou, que que é isso? Me passou filme na cabeça. Olha tudo que a gente já viveu, olha tudo que a gente já conquistou. Porque no fim das contas, o visto permanente foi só parte da história.
Luisa:Eu já tinha conquistado muita coisa antes disso, o meu inglês. Gente, vocês não têm noção do meu inglês como ele era cru quando eu chegou quando eu cheguei aqui. Eu fiz bastante curso de inglês no Brasil mas não é nada comparado quando a gente chegou aqui. Minha qualidade de vida estava ótima, eu já tinha cachorro, filho, 1 casa com closet que é o meu sonho. E aí, no meio dessa bagunça toda, eu estava chamando o universo, com 1 caneta e caderno na mão, escrevendo carta pro primeiroministro, abrindo estava achando que aquilo ali nunca mais ia acabar, parecia looping, de infinito de formulário, documentos, prazo.
Luisa:Porque toda hora, aquilo ali aqueles prazos se prorrogaram. E aí olhando pra trás, você lembra o quanto eu me sentia sozinha nesse processo, como fazia falta de ter alguém pra conversar, pra trocar 1 ideia, pra rir dos meus perrengues de imigrantes que não foram poucos vocês vão ver só. E aí da daí nasceu o podcast, vou decidir dar certo. 1 forma simples, mas muito sincera, de compartilhar a jornada, pra que outras pessoas que também estão recomeçando, qualquer canto do mundo tá? Não só aqui na Austrália, se sintam acompanhadas.
Luisa:Ao longo dos episódios, eu vou contar tudo como foi chegar em Cisne, as minhas primeiras impressões, os os empregos que eu tive que não foram poucos, os perrengues, o dia em que finalmente eu recebi o visto, tudo, tudo tudo tudo. Mas também quero falar do que está por trás disso. A solidão de migrar, a maternidade longe da família, o desafio de manter casamento no meio de tanta mudança. Gente, é muita coisa. Fora isso tudo, ainda tem o julgamento dos outros, porque não é fácil ouvir.
Luisa:Como assim você largou a advocacia pra ela limpar banheiro privada do outro lado do mundo? Gente, teve de tudo, ouvi de tudo. Foi trágico, foi engraçado, cansativo, inspirador. E no fundo, essa jornada foi sobre isso, me reinventar, me redescobrir e aprender a rir dos meus perrengues, mesmo quando tudo estava dando errado. Aliás, antes de conseguir o visto, vocês não vão acreditar, eu quase fui pros Estados Unidos trabalhar numa fábrica de frangos.
Luisa:Isso mesmo que vocês ouviram. Frangos, eu ia trabalhar numa fábrica de frangos. Tinha possibilidade do dono dessa fábrica me expondo. E aí eu pensei por que não? Mas e o medo de não dar certo, Do cara me dar calote?
Luisa:Daí eu falei ok? Melhor desistir, vai dar ruim e eu vou voltar pro Brasil porque eu não queria nessa época voltar pro Brasil. Aí veio a ideia do Canadá. Canadá é 1 boa opção. Mas e o frio?
Luisa:Ih estou fora, beijinho Canadá, nem fui pra lá. Essa época, foi a época bem tensa. A gente estava tentando sair do visto de estudante, pro visto 4 9 que é o visto provisório né? O plano era a gente aplicar pela profissão do PIB, como arquitetura, porque o meu plano, por mim seria muito difícil porque eu sou advogada no Brasil né? Só que ele tinha que comprovar experiência profissional a na área aqui em, na Austrália.
Luisa:E pra piorar, quando a gente chegou aqui em Adelaide, naquela época era quase impossível algum trabalho, contratar parttime. No Kibe, trabalhar trabalhava não, estudava fultime por 3 dias. Então, ele teria que trabalhar, ele só tinha disponibilidade na verdade por 2 dias. E foi quase impossível. Nessa época eu trabalhava igual 1 louca, eu era o Julius, do Todo Mundo Odeia a Cris, eu tinha 4 trabalhos era babá, camareira e ainda arrumava trabalho aí à noite.
Luisa:Enfim, mas olha, esse podcast não vai ser sobre histórias sobre minha não. Eu vou trazer amigos pra conversar, rir e contar os seus perrengues também. Eu quero que seja 1 coisa leve, como se a gente tivesse tomando café, atualizando a vida. Por isso, os episódios vão estar aqui olha, de pijama, sem nada formalidade. Você vai me ver aqui com pijama toda, nada a ver, porque eu quero que você sinta, aqui, se sinta aqui com a gente, que ouça a história e pense caramba, isso podia ter acontecido comigo também ou, já vivi algo muito parecido.
Luisa:Porque é isso, quando a gente compartilha, a gente se fortalece. E esse podcast servir, EEA ideia desse podcast é servir pra te fazer companhia e te lembrar que você não está sozinho nessa. Eu já, se eu conseguir fazer isso eu já estou feliz pra caramba, porque essa é a minha ideia. Espera aí eu nem me apresentei direito, eu sou a Luiza, e eu espero de coração, que a minha história te ajude de alguma forma. A caixa de comentários, está aberta aqui embaixo.
Luisa:Então me conta o que você achou, o que você quer ouvir, os perrengues que você passou, tudo que eu quero te ouvir também. E claro, siga o canal, ativa o sininho pra não perder nenhum episódio. Até a próxima e obrigada por isso seguir a gente. Beijo tchau tchau.
